Psicoterapias, Psicodiagnósticos, Orientação a pais.

Todos nós temos uma força de vida que nos impulsiona à criatividade, ao aprendizado, ao trabalho, ao estabelecimento de bons vínculos uns com os outros e ao enfrentamento de dificuldades. Em alguns momentos da vida, porém, podemos passar por situações de maior fragilidade emocional ou mesmo por momentos de crises. Nessas situações, o vínculo terapêutico pode ajudar no restabelecimento do equilíbrio emocional.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Quando procurar terapia?



Gostaria de falar de modo breve e simples sobre alguns motivos que geralmente levam as pessoas a buscar ajuda de um psicólogo.
Muitas situações difíceis podem justificar a busca de atendimento psicológico. O que é difícil ou não varia muito de pessoa para pessoa.
Alguns exemplos: podemos precisar de ajuda quando passamos por problemas de saúde, sejam mais graves, sejam menos graves; quando enfrentamos dificuldades em relacionamentos, por exemplo, com os filhos, com os pais ou com o cônjuge; quando passamos por situações de perda ou luto; quando enfrentamos mudanças - de emprego ou de residência – ou simplesmente quando uma escolha a ser feita gera uma ansiedade muito grande.
A terapia auxilia a encontrar um sentido para as situações que geram um sofrimento intenso e a buscar um significado para as dores que nos atingem.
Muitas vezes podemos apresentar sintomas sem conhecer suas causas. Ou seja, podemos estar sofrendo sem termos consciência de um possível problema emocional que possa causar os sintomas. Podemos ter alterações de humor, de sono ou de apetite (para mais ou para menos), que podem se agravar a ponto de precisarmos de ajuda. Podemos também, mesmo sem sofrimento emocional, começar a somatizar. A terapia também pode ajudar nessas situações.
A terapia ajuda a nos conhecermos melhor, a enfrentarmos com calma e segurança os desafios próprios da vida.
Podemos fazer terapia por um período breve, de alguns meses, buscando ajuda para enfrentar situações específicas, ou podemos, se desejarmos, nos manter em processo terapêutico por um período mais longo. Uma das razões para fazer terapia de longo prazo é a possibilidade de percorrer um processo de autoconhecimento e reestruturação psíquica.
Ao enfrentar conflitos de natureza emocional, podemos criar sintomas, que muitas podem ser superados por nós mesmos, com nossa própria força interna, e com a ajuda de amigos ou familiares. Os sintomas, quando permanecem, podem tornar a vida muito sofrida, dificultando o estudo, o trabalho, os relacionamentos, a vida social. Nessas situações a ajuda psicológica pode ser essencial, e em muitos casos também é essencial a ajuda médica.

Na terapia, a empatia entre o psicólogo e o paciente é muito importante. Assim, podemos conhecer mais de um psicólogo antes de começar propriamente uma psicoterapia. Importante também saber que somos livres para começar e encerrar o processo terapêutico. Um dos objetivos de uma terapia é levar o paciente a uma independência da terapia, para que ele consiga enfrentar de modo maduro e seguro as conquistas, as alegrias e as dores próprias da vida.

Psicossomática






Penso que a ideia de doenças psicossomáticas é para ser examinada e usada com cautela, pois é um termo usado em diferentes contextos, como o médico, o psicológico e também o do dia a dia das pessoas, já que é muito comum atualmente ouvirmos dizer que “essa dor é emocional”. Pode parecer simples supor que uma dor seja emocional, mas no estudo da psicossomática existem muitas perguntas e muitos caminhos para as respostas.



Por um lado, é fácil perceber que as doenças geram emoções.  A preocupação com a saúde geralmente provoca ansiedade, doenças graves podem gerar muita angústia e até mesmo culpa. Mas e as emoções, elas podem causar doenças? A expressão de emoçôes em sinais físicos ou doenças é comumente chamada de psicossomática. Mas explicar tudo por esse caminho pode ser arriscado e simplista. 

Pode ser irresistível relacionar, por exemplo, raiva com dores de estômago, preocupação com dores de cabeça, estresse com alergias. Mas precisamos lembrar que há uma integração tão plena entre corpo físico e o psíquico, formando o indivíduo, que pode ser muito reducionista buscar uma relação direta de causas entre emoções e doenças, ainda mais considerando que cada um de nós somos únicos e reagimos de forma diferente tanto em  relação aos sintomas físicos como aos emocionais.

Penso que o que mais influencia nessa troca entre as emoções e a saúde é o próprio indivíduo e o seu momento – ou seja, a pessoa com seu corpo físico e emocional e as suas condições de existência. Nessas condições de existência entrariam principalmente os seus relacionamentos familiares, sociais e de trabalho.

A psicologia, tão ampla em teorias e técnicas, também vê a psicossomática de formas diferentes, não necessariamente excludentes.  De um modo bem simples, há quem procure fazer uma relação direta entre determinada emoção e um sintoma físico específico, há a busca por uma simbologia para uma doença – assim, a doença seria a representação de conflitos e desejos. Também há também a explicação pela ação pulsional (libidinal) no corpo.

Nessa idéia da ação pulsional no corpo, seria a intensidade das emoções (de prazer ou desprazer) que gerariam um excesso pulsional (de libido – ou pulsão de vida – ou uma ligação entre pulsões de vida e de agressividade) que estaria livre e precisaria ser extravasado de alguma forma. Uma das formas dessa energia transbordar seria a ação direta no corpo (provavelmente no órgão mais vulnerável do indivíduo, naquele momento). Podemos também chamar a pulsão de energia.

Quando falamos que o excesso de prazer ou desprazer pode gerar um excesso de energia que vai transbordar de alguma forma, dizemos que não só a dor, mas também a felicidade, podem influenciar na saúde das pessoas.

Nem sempre essa energia irá ter ação direta no corpo, ela também pode – e geralmente o faz, buscar outros caminhos. Ela pode buscar suporte em representações mentais do sujeito e ganhar o contorno dos medos, das idéias obsessivas, das histerias.

Uma ideia importante na psicossomática, quando buscamos uma explicação pelas pulsões, é a de que o homem, quanto mais consegue se aproximar de suas emoções, vivenciando-as plenamente, menos precisará lidar com os excessos de energia que buscam por caminhos e formam sintomas. Ou seja, precisamos aprender tanto sofrer como nos alegrar.

Além das emoções e pulsões, não podemos nos esquecer de que temos um corpo físico, com alguns sintomas muitas vezes inevitáveis.  Portanto, gosto de tomar especial cuidado com o perigo de se atribuir a qualquer pessoa a responsabilidade por ter determinada doença. Isso é importante principalmente em relação a doenças mais graves, que geram muito sofrimento.

Existe uma diferença muito grande entre o próprio individuo buscar uma explicação para a sua dor (uma busca legítima e construtiva de superação) e entre ouvir de outro – um familiar, psicólogo ou médico – dizer que ele fez a sua doença por determinados motivos. Essa é uma atitude dominadora de quem supõe saber sobre o outro mais do que realmente poderia saber.

É comum as pessoas se sentirem culpadas por estarem doentes, é compreensível que busquem explicações em emoções ou em situações de vida. E é claro que é importante para cada um construir um significado para a sua condição de estar com uma doença.

É justamente em momentos de fragilidade, como uma doença física, que as pessoas se veem desamparadas e buscam suporte emocional, como a psicoterapia, e se sentem motivadas a fazer um balanço da sua vida, uma análise de suas atitudes. É quando a vida se torna frágil que a pessoa se faz muitas perguntas, se questiona como teria sido a vida se suas escolhas tivessem sido outras.  O papel do psicólogo, nesse momento, sem conceitos reducionistas, é o de dar suporte emocional, ajudar a clarificar as situações, estar com o paciente nessa busca de sentido para a sua dor e de caminhos para sua existência.

domingo, 28 de julho de 2013

Por que levar uma criança ao psicólogo?

Nem sempre é fácil perceber que uma criança esteja precisando de atendimento psicológico ou de uma avaliação psicológica. A avaliação psicológica consiste de um conjunto de algumas sessões (em geral, cinco a sete) com entrevistas com os pais, observação lúdica e aplicação de testes projetivos com a criança com o propósito de investigar seu estado emocional e indicar a necessidade ou não de psicoterapia ou de encaminhamento para outros profissionais.
Mesmo quando há evidências que a criança não esteja bem emocionalmente, pode ser difícil para os pais admitirem que precisam de ajuda de um psicólogo para entender e resolver situações que eles supõem ser sua obrigação saber lidar. Muitos se sentem confusos ou culpados por não conseguirem suprir naquele momento todas as necessidades emocionais do filho. Outros preferem esperar que os sintomas dos filhos passem, e muitas vezes passam, mas algumas vezes os sintomas, quando não se agravam, apenas mudam.
E realmente é difícil saber se o que a criança está sentindo é próprio da infância ou não. As crianças sentem medo, fantasiam, fazem birra, podem ficar agitadas e ser teimosas. Tudo isso dentro de um quadro de normalidade. É claro que tudo isso também é relativo, dependendo da idade da criança. Mas é preciso se perguntar se a criança não está sofrendo, se ela não está ficando ansiosa e angustiada, e, por ser criança, não estar conseguindo se expressar.
Geralmente a criança, em seus sintomas, mostra o que está acontecendo com a família. As crianças são muito sensíveis aos problemas familiares e sofrem pelos conflitos existentes entre as pessoas que ela ama.
Algumas vezes as reações da criança geram muito incômodo para os adultos, e então é fácil perceber que pode haver alguma coisa de errado. Entre essas reações: a agressividade, a impulsividade, a agitação excessiva. Esses sinais costumam também ser os primeiros a serem percebidos pela escola.
Outro sintoma que fica facilmente evidente é a dificuldade de aprendizado – a criança, mesmo com o desenvolvimento cognitivo normal, não consegue aprender de modo tranquilo. E dependendo de como a escola e família lidam com isso, muitas vezes virão outros sintomas, como a baixa autoestima e o desânimo.
Porém, alguns sinais dados pela criança podem passar despercebidos. Esses sinais são difíceis de serem percebidos porque eles são a não realização ou a recusa de alguma coisa. Assim, a criança que não brinca está tendo um sintoma muito importante. O brincar é próprio de um desenvolvimento infantil saudável, e a criança que não consegue alimentar uma fantasia no seu brincar, que não consegue fazer de conta, pode estar impedida disso por estar angustiada.
A criança pode também ter dificuldades para se alimentar, dificuldade para dormir. E se isso persistir por algumas semanas, é também uma solicitação por mais cuidado.
Existem muitas outras situações que podem mostrar uma necessidade de se olhar para criança com mais atenção e, talvez, buscar a ajuda de um psicólogo, como medos exagerados que impeçam ou dificultem o convívio familiar ou social, ou ansiedade excessiva quando ela está longe dos pais.
As crianças também expressam suas emoções por meio do corpo, tendo sintomas físicos – enurese, dificuldades para evacuar, muitas alergias. Os sintomas físicos sempre pedem a avaliação de um médico, mas muitas vezes a melhora emocional também se reflete na melhora da saúde do corpo.
É claro que não é agradável para os pais saberem que seus filhos estão sofrendo, até porque existe uma falta de conhecimento de que as crianças, desde bebês, podem sentir angústia. Mas uma notícia boa é que as crianças são muito sensíveis à ajuda que recebem. Elas absorvem a terapia com muita vontade de melhorar, e geralmente melhoram rápido. Quando uma criança está em terapia, os pais são pessoas muito importantes nesse processo, e muitas vezes basta os pais mudarem algumas pequenas coisas no seu modo de lidar com os filhos, seja estreitando os seus vínculos de afeto, seja deixando de sobrecarregar a criança com exigências ou preocupações exageradas, e ela, a criança, já dará sinais de alívio e melhora.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Conflitos emocionais na gestação e no pós-parto



Esperar pelo nascimento de um bebê costuma ser a alegria de toda a família. Até naquelas situações em que a gravidez veio de repente, dando um susto na mamãe, papai e avós, a chegada de uma criança geralmente reaviva a esperança de todos. E em muitos casos a gestação é amplamente planejada e meticulosamente cuidada. O pré-natal ocupa a mente da mãe com exames cada vez mais meticulosos. Pode-se agendar o parto, tudo dentro de uma aparente tranqüilidade e estabilidade. Nada poderá atrapalhar os meses de felicidade que se espera após o nascimento do filho que está por vir. Dificuldades? Espera-se apenas por algumas noites mal dormidas, pelo choro do bebê, as dores causadas pelas cólicas e as fraldas espalhadas pela casa, que diminuem com o tempo, sendo aos poucos substituídas pelas mamadeiras de suco, a primeira papinha, os primeiros sorrisos, as primeiras gargalhadas.
Mas nem sempre é assim. Às vezes percebe-se que alguma coisa não está bem. E isso não estava nos planos. Se tudo foi tão planejado e esperado, por que a mãe está tão triste? Por que chora tanto? Às vezes não quer cuidar do bebê, sentindo-se impotente para isso; outras vezes fica obsessivamente apreensiva e preocupada e não deixa ninguém chegar perto da criança. Os momentos que deveriam ser de alegria tornam-se de apreensão e de preocupação. A família quer ajudar, mas geralmente não está preparada para isso, e acaba, mesmo sem perceber, fazendo cobranças para a mãe, que sofre ainda mais, pois percebe que está sendo julgada.
Em uma sociedade que cobra cada vez mais da mulher, que precisa ser eficiente em tudo, fica difícil desmistificar a idéia do instinto materno. Cobra-se das mulheres a absoluta auto-suficiência quando o assunto é ser mãe. Dificuldades emocionais na gravidez e futuramente, no puerpério (pós-parto), geram preconceitos, e é muito difícil para a mãe assumir que está tendo dificuldades para aceitar e conviver com essa fase de sua vida.
Longe de ser apenas um paraíso, a gravidez e o pós-parto são ricos de emoções intensas e contraditórias, nem sempre reconhecidas pelas mulheres. O amor, a alegria e a esperança podem conviver com o medo, a culpa, a ansiedade e a tristeza. Reconhecer e aceitar esses sentimentos, que são normais nessas fases, é essencial para preservar a saúde da mãe e do bebê.
Uma gestação pode propiciar mudanças intensas no mundo psíquico da mulher. Assim como a adolescência e o climatério (menopausa), é uma fase caracterizada por intensas transformações biológicas e emocionais. Ao ser mãe, a mulher muda seu papel social e familiar, mas nem sempre ela está pronta para essas mudanças. E o pior é que, sentindo culpa e com medo
de críticas, a gestante ou a mãe sofre sozinha, achando que é somente ela que tem dificuldades com a questão da maternidade.
Ela pode também sentir-se bastante assustada diante de seus sentimentos, já que geralmente o assunto depressão pós-parto surge na mídia na sua possível versão mais dramática possível: quando a mãe não resiste ao sofrimento emocional e maltrata o seu próprio filho.
Durante a gestação a mulher pode ter dúvidas em relação à sua capacidade materna, pode ter medo de morrer no parto, de abortar ou de estar gerando uma criança defeituosa. Pode ficar ansiosa se vai conseguir amamentar o bebê, e também pode ficar preocupada com a sua imagem corporal, e ter receio de não conseguir recuperar a forma de seu corpo.
O que as mulheres geralmente não sabem é que tudo isso, embora difícil, pode ser considerado normal. É normal a ambivalência dos sentimentos: querer e não querer o bebê (principalmente nos primeiros meses de gestação), gostar e não gostar de estar grávida, querer que ele nasça logo, mas ao mesmo tempo recear pelo momento do nascimento. Essa polaridade dos sentimentos, e geralmente com a negação dela, geram os conflitos emocionais, e podem culminar, por exemplo, em depressão pós-parto, com conseqüências graves para a saúde psíquica da mãe e para o seu vínculo com o bebê.
O pós-parto abrange o período de cerca de quarenta dias após o parto e é um período muito intenso de sentimentos. Há bastante euforia e alívio por ter passado pela experiência do parto e ter visto o filho nascer saudável, pode-se ter medo de não ser capaz de cuidar bem do bebê e não conseguir ser para ele uma boa mãe e também é possível os pais sentirem decepção com o filho recém-nascido, pelo fato de ser diferente do que se esperava – o filho imaginado e desejado é substituído pelo filho real.
Mas como reconhecer a depressão pós-parto e saber quando buscar ajuda?
No pós-parto podem ocorrer três situações: uma tristeza passageira chamada baby-blues, a depressão pós-parto e um estado mais intenso e mais grave, a psicose puerperal.
A situação mais comum é o baby-blues, que se inicia na primeira semana após o parto e pode durar de poucas horas a poucos dias, geralmente desaparecendo no primeiro mês. É uma situação comum, caracterizado por choro, humor instável e depressivo e ansiedade da mãe. O baby blues não deixa seqüelas negativas, geralmente se resolve pós si só e atinge a maioria das mulheres no pós-parto – entre 70 a 90% delas.
Até mesmo as mulheres que adotam filhos passam por esse período, portanto, não é apenas hormonal. O blues-puerperal pode ser considerado um modo de comunicação entre a mãe e o bebê. Acredita-se que seja o recém-nascido que desencadeia o baby-blues na mãe, como via de
comunicação com ela, e se essa tentativa de comunicação fracassar, todo o corpo dele passará a ser lugar da linguagem, via seus sintomas, como por exemplo, as cólicas do bebê, as dificuldades para dormir, a recusa da alimentação.
Já o diagnóstico da depressão pós-parto usualmente requer que a mulher apresente alterações de humor e também alteração de outros sintomas, como o sono, apetite, distúrbios psicomotores, fadiga e idéias suicidas. É um episódio depressivo que atinge aproximadamente 10 a 15% das mulheres que têm filhos, inicia-se geralmente entre a quarta e a oitava semana após o parto, mas os sintomas podem surgir em algum outro momento do primeiro ano de vida do bebê e podem durar por vários meses. É uma situação que traz muitas conseqüências, e a primeira delas é o próprio sofrimento da mulher, seguida das evidências crescentes que a depressão materna influencia negativamente o relacionamento mãe-bebê e o desenvolvimento cognitivo e social da criança
Se o baby-blue não traz consequências sérias, no outro extremo de gravidade está a psicose puerperal, que é um distúrbio psiquiátrico severo e raro, atingindo duas em cada 1000 parturientes, no qual junto aos sintomas depressivos acrescentam-se as ilusões e alucinações e as funções maternas são seriamente prejudicadas. E se o baby-blues resolve-se por si, a depressão pós-parto e a psicose puerperal não. Nesses casos, as mulheres precisam se desvencilhar do mito da eterna heroína e da mãe toda poderosa que sempre cuida de todos, para buscar ajuda profissional e ser, por sua vez, cuidada. A família, e dentro dela, o pai, pode ajudar bastante ao perceber a fragilidade emocional da gestante ou da mulher com o novo bebê e lhe dar a devida atenção e cuidado. Deve lembrar que após o parto ela merece tanta atenção quanto antes e deixar de lado críticas e cobranças diante de sua instabilidade e dificuldades emocionais.
Mesmo nos casos em que a mãe esteja muito bem e também cuidando de modo tranqüilo do bebê, ela precisa ter alguém que possa lhe servir de apoio, já que ela também está em um momento emocional bastante regredido. E se essa regressão emocional é o que permite a mãe atender às solicitações do filho, entender as suas necessidades, adequar o seu ritmo de sono ao dele e estar sempre pronta e sempre alerta para socorrê-lo, ela também precisa de quem lhe cuide, de quem lhe garanta conforto, proteção e harmonia nessa fase tão sensível e peculiar de sua vida.
Regina Maschio  – Psicóloga
CRP. 06/85279 - remaschio@hotmail.com